Em 1549, o cronista João de Barros noticiava que a vila de Moncorvo possuía "hu Chafariz de mais de quarenta palmos (...) no meio da Praça". Naturalmente que não poderia ser o actual chafariz, que tem gravada a data de 1636.
Nem sempre foi fácil conseguir trazer a preciosa água da serra até à vila. Houve problemas com a comunidade franciscana do Convento de São Francisco que reclamava a posse das nascentes da serra.
Em 1628 a Câmara de Moncorvo arrematou a obra do chafariz ao arquitecto António Fernandes, que levaria cerca de dez anos a ser terminada. Em 1887 o chafariz da praça seria destruído por ordem do então presidente da Câmara, António Pontes e as diversas partes andaram aos tombos por vários locais da vila (daria um bom conto).
Há alguns anos a Câmara de Torre de Moncorvo realizou um projecto público com vista a reconstruir o chafariz, aproveitando os elementos originais que estavam na sua posse, sendo o conjunto reposto na Praça Francisco Meireles.
O chafariz insere-se num tanque de formato quadrangular, assentando sobre uma base quadrada. No primeiro registo forma um depósito bolboso decorados com uma carranca, da qual jorra a água. Sobre este foi edificado um pináculo, que remata a estrutura. Na base do conjunto foi gravada a inscrição "FEITO NO ANO DO SENHOR DE 1636 POR ORDEM DE DOUTOR JULIÃO DE FIGUEIREDO, PROVEDOR E CONTADOR NESTA COMARCA, À CUSTA DO POVO".
Este chafariz está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Fonte do texto: IPPAR
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