Apesar da muita chuva que teima em não nos deixar descansados, as muitas amendoeiras que ainda resistem nos magros solos do concelho cobrem-se do seu manto branco, só para nos deliciarem.
Para acompanhar estas fotografias, não encontro melhor do que o poema de Júlia Barros Biló, do seu livro Somos Poeira, Somos Astros, do qual transcrevo uma "pétala" com a devida vénia à autora.
Quisera ser pintor
Para na tela deixar o deslumbre
Do branco único, perdido,
Em cada pétala da flor
de amendoeira.
Da levíssima pincelada rósea no anel
Dos estames sedosos, cor de mel;
Do brilho translúcido, macio
Como afago de um beijo sentido
Num sonho fugidio.
9 comentários:
Olá
Linda as flores, lindas as fotos e lindo o poema.
Abraço
Wanda
São Paulo-Brasil
Muito bonitas. Continue professor que as comadres andam zangadas e o bom filho à casa volta.
Lá como Cá.
Lenda das Amendoeiras em Flor.
Há muitos e muitos séculos, antes de Portugal existir e quando o Al-Gharb pertencia aos árabes, reinava em Chelb, a futura Silves, um famoso e jovem rei Ibn-Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota.
Um dia, o rei, entre os prisioneiros de uma batalha, viu a linda Gilda, uma princesa loira de olhos azuis e porte altivo.
Impressionado, o rei mouro deu-lhe a liberdade, conquistou-lhe progressivamente a confiança. Um dia confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua mulher.
Foram felizes durante algum tempo, mas um dia a bela princesa do Norte caiu doente sem razão aparente. Um velho cativo das terras do Norte pediu para ser recebido pelo desesperado rei e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve do seu país distante. A solução estava ao alcance do rei mouro, pois bastaria mandar plantar por todo o seu reino muitas amendoeiras que quando florissem as suas brancas flores dariam à princesa a ilusão da neve e ela ficaria curada da sua saudade.
Na Primavera seguinte, o rei levou Gilda à janela do terraço do castelo e a princesa sentiu que as suas forças regressavam ao ver aquela visão indescritível das flores brancas que se estendiam sob o seu olhar.
O rei mouro e a princesa viveram longos anos de um intenso amor esperando ansiosos, ano após ano, a Primavera que trazia o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor.
M.C.
Ary dos Santos: Tempo da Lenda das Amendoeiras
(...)
A Princesa
Ai portas do meu silêncio.
Ai vidros da minha voz.
Ai cristais da minha ausência
da terra dos meus avós
desatavam-se em soluços
os seus cabelos desfeitos.
(...)
O Rei
Dizei-me magos oragos
anões duendes profetas
adivinhos e jograis
sagas videntes poetas
como hei-de secar o pranto
daqueles olhos de rio
como hei-de calar os ais
daquela boca de estio
como hei-de quebrar o encanto
que numa tarde de pedra
talhada pela tristeza
selou com dedos de chumbo
o sorriso da princesa
que suspira pela neve
da ponta do fim do mundo.»
Flores de amendoeira em minha mesa,
Achei-as na brancura que me enleva.
Aqui... é sempre inverno e a natureza
Tem cor e brilho só na flor da esteva...
Vim encontrá-las, cheio de surpresa,
E antevi a Serra toda em flor:
O Algarve transformado na leveza
De véus de noiva na Capela-Mor!
E o incolor da minha nostalgia
Mudou-se em alvoroço, em pleno dia,
Na fantasia de longínqua Lenda...
Do alto desta Serra, olhando ao largo,
Vejo a Rainha erguer-se do letargo
Com pétalas no seu mantel de renda...
Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=68926#ixzz0iKa57JjZ
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Almendra es un municipio de la comarca de Tierra de Ledesma, en la provincia de Salamanca, Comunidad Autónoma de Castilla y León, España. Este pueblo presta su nombre a la presa de Almendra construida a 6 km.
Almendra es una localidad del municipio de San Pedro de la Nave-Almendra, como también lo es Valdeperdices y El Campillo, situada en la comarca de Tierra del Pan, en la provincia de Zamora, perteneciente a la comunidad autónoma de Castilla y León (España)
Almendra es una freguesia portuguesa del concelho de Vila Nova de Foz Côa, con 54,51 km² de superficie y 457 habitantes (2001). Su densidad de población es de 8,4 hab/km².
El almendro tiene su origen en las regiones montañosas de Asia central (Persia, Mesopotamia), donde es cultivado desde épocas remotas (5000 a 4000 a. C.), y a través de rutas comerciales, por todas las civilizaciones primitivas. En España probablemente es introducido por los fenicios, donde se ha convertido en la actualidad en el segundo país productor (60.000 Tm. en grano, año 2009) tras Estados Unidos de América (650.000 Tm. en grano, año 2009).[cita requerida]
http://es.wikipedia.org/wiki/Almendra_(fruto)
http://www.infoagro.com/frutas/frutos_secos/almendro.htm
http://www.infoagro.com/frutas/frutos_secos/almendro2.htm
http://www.youtube.com/watch?v=usKOcVQsQEI
http://www.euroresidentes.com/Recetas/cocina-levantina/almendrados.htm
M.C.
D. Dinis e a lenda da amendoeira
Entre as muitas lendas que se contam sobre as amendoeiras em flor, há uma que envolve o rei D. Dinis. Conta-se que sua majestade e Isabel de Aragão, enquanto noivos, foram passear por terras da actual Vila Nova de Foz Côa. Entre as muitas conversas mantidas, houve uma sobre a paisagem que na altura vislumbravam. D. Dinis pede desculpas à sua esposa por não lhe ter proporcionado uma viagem por terras que tivessem outro viço e beleza. Perplexa, Isabel de Aragão sustenta que a paisgame era mais bonita do que os jardins de os jardins de Zaragoça: «Vêde-os, cheios de viço e frescura, como verdadeiros vergeis floridos!» «Floridos?», retorquiu o rei. Insistente, a princesa exalta-se alegremente: «Não vêdes?!... Não é neve! Não... São rosas! Pequeninas flores! Frágeis, brancas e levemente rosadas! Uma prenda que Deus nos deu para embelezar a nossa passagem!». As amendoeiras estavam floridas, com tons brancos e rosados. Dizia-se depois de boca em boca que tinha havido um milagre. Um milagre de amor.
E vencedor é...TORRE DE MONCORVO!
http://www.gppaa.min-agricultura.pt/pbl/diagnosticos/subfileiras/amendoa.pdf
As flores são lindas, o poma é soberbo,mas a sensibilidade do autor é refinada de gosto.F.A
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