Torre de Moncorvo realizou mais uma Feira Medieval integrada no programa das Amendoeiras em Flor. O principal dia do evento foi 14 de março, com a saída do cortejo medieval do Agrupamento de Escolas em direção ao centro da vila.
Não me foi possível assistir ao cortejo, sexta é dia de trabalho, mas ao fim da tarde ainda me desloquei a Torre de Moncorvo para ver um pouco do que se passava por lá.
Fiquei admirado com a dimensão do evento.
No Largo General Claudino decorreram a a maior parte das atividades com peças de teatro e exibição de cetraria. As habituais barraquinhas preenchiam o largo, com a presença marcante de mendigos (Grupo de teatro, Alma de Ferro).
Na Praça Francisco António Meireles decorreu a Feira de Artesanato com mais de 30 expositores.
Para complementar a animação não podia faltar o espaço de comes e bebes no Largo Balbino Rego, junto ao Museu do Ferro, com tasquinhas e um espaço para refeições e animação musical.
Também marcante foi a apresentação de Vídeo Mapping na Igreja Matriz de Torre de Moncorvo.
Não faltaram razões para uma visita a Torre de Moncorvo e para comprar os produtos da terra que são muitos e variados, com destaque para as amêndoas e para os queijos (na minha opinião, claro).
08 abril, 2014
21 março, 2014
Reboredo
Oh Serra do Reboredo
Tua alma abre-so no vento
E leve e subtil o sou pulsar
Marca o pensamento
Dos teus filhos
Lá longo dos teus pinhos longínquos.
Oh Serra do Reboredo
O cheiro dos teus cedros
Deixou um rasto tão fundo
Que no fundo do tempo e do mundo
Ainda impregnará as mãos
Que um dia os tocaram.
Oh Serra do Reboredo
Asa protectora de ave sábia
Que atravessou o mar,
Viu a terra, sorveu o ar
E regressou ao ninho
Antiquíssimo.
Oh Serra do Reboredo
Que vives na terra
Que vive em meus dedos
Tenho um segredo
A brisa to leva e ao ouvido to diz:
"Não te esqueci".
Tua alma abre-so no vento
E leve e subtil o sou pulsar
Marca o pensamento
Dos teus filhos
Lá longo dos teus pinhos longínquos.
Oh Serra do Reboredo
O cheiro dos teus cedros
Deixou um rasto tão fundo
Que no fundo do tempo e do mundo
Ainda impregnará as mãos
Que um dia os tocaram.
Oh Serra do Reboredo
Asa protectora de ave sábia
Que atravessou o mar,
Viu a terra, sorveu o ar
E regressou ao ninho
Antiquíssimo.
Oh Serra do Reboredo
Que vives na terra
Que vive em meus dedos
Tenho um segredo
A brisa to leva e ao ouvido to diz:
"Não te esqueci".
Poema de Júlia de Barros Biló
(1953)
Do livro "Somos Poeira, Somos Astros".
18 outubro, 2013
Alma de Ferro - Aniversário
Conheci o Grupo Alma de Ferro por aí, À Descoberta. Mesmo sem nunca os ter visto em palco, aprendi a admirar a sua postura, a alegria e o à vontade com que se apresentam no meio das pessoas, vestindo a pele de loucos, mendigos ou de membros da nobreza.
Despidos das personagens mantêm a mesma abertura, alegria e camaradagem. Por isso, acalentava a ideia de me deslocar a Torre de Moncorvo para os ver atuar "à séria". Quando vi o cartaz do 5.º Aniversário, a 13 de Setembro, pensei para comigo - Não posso perder esta oportunidade.
Consegui mobilizar a família e alguns amigos para um a passeio à vila. Uma volta à igreja, a subida ao castelo e porta da vila, um bom jantar num restaurante de que já tinha saudades, fizeram parte do programa que antecedeu a festa de aniversário.
À hora marcada estávamos no Celeiro. Os lugares estavam todos preenchidos e o espetáculo começou.
Não sou grande apreciador de teatro, também porque as oportunidades de assistir a uma peça não são muitas, mas o que é certo é que ri a bom rir, enquanto desfilaram pequenos excertos de várias peças saídas do baú das memórias do Alma de Ferro.
A distância entre o palco e plateia era tão curta que os dois espaços fundiam-se. A cumplicidade era completa e as palmas eram fartas, francas e ... merecidas.
Terminada a apresentação foi feita uma pequena homenagem à escritora da terra Dr.ª Júlia Biló. Adoro a forma como escreve e fico sem saber onde termina a realidade e começa a ficção, ou mesmo se não há ficção.
Todos foram convidados para uma fatia de bolo e um copo de champanhe. Foi uma boa oportunidade para cumprimentar alguns amigos, que não via há algum tempo. Foi também um bom momento de confraternização, a oportunidade de felicitar o grupo pelo percurso feito e pela sua resistência. Afinal o nome Alma de Ferro é cheio e significados e foi muito bem escolhido.
Espero voltar mais vezes... a Moncorvo,.. ao teatro, de preferência para ver o grupo Alma de Ferro.
Despidos das personagens mantêm a mesma abertura, alegria e camaradagem. Por isso, acalentava a ideia de me deslocar a Torre de Moncorvo para os ver atuar "à séria". Quando vi o cartaz do 5.º Aniversário, a 13 de Setembro, pensei para comigo - Não posso perder esta oportunidade.
Consegui mobilizar a família e alguns amigos para um a passeio à vila. Uma volta à igreja, a subida ao castelo e porta da vila, um bom jantar num restaurante de que já tinha saudades, fizeram parte do programa que antecedeu a festa de aniversário.
À hora marcada estávamos no Celeiro. Os lugares estavam todos preenchidos e o espetáculo começou.
Não sou grande apreciador de teatro, também porque as oportunidades de assistir a uma peça não são muitas, mas o que é certo é que ri a bom rir, enquanto desfilaram pequenos excertos de várias peças saídas do baú das memórias do Alma de Ferro.
A distância entre o palco e plateia era tão curta que os dois espaços fundiam-se. A cumplicidade era completa e as palmas eram fartas, francas e ... merecidas.
Terminada a apresentação foi feita uma pequena homenagem à escritora da terra Dr.ª Júlia Biló. Adoro a forma como escreve e fico sem saber onde termina a realidade e começa a ficção, ou mesmo se não há ficção.
Todos foram convidados para uma fatia de bolo e um copo de champanhe. Foi uma boa oportunidade para cumprimentar alguns amigos, que não via há algum tempo. Foi também um bom momento de confraternização, a oportunidade de felicitar o grupo pelo percurso feito e pela sua resistência. Afinal o nome Alma de Ferro é cheio e significados e foi muito bem escolhido.
Espero voltar mais vezes... a Moncorvo,.. ao teatro, de preferência para ver o grupo Alma de Ferro.
28 setembro, 2013
Outono
Outono vai-se embora
Ficam, as folhas caídas
Sempre que chega a hora
Ficam as árvores despidas.
Vêm os dias escuros,
Chuvosos,de nevoeiro.
Vem o Inverno a seguir
Até acabar o Fevereiro.
Mas é também no Outono
O dia de São Martinho.
Bom é o convite de dono
Para provar o seu vinho.
E de fizer a marmelada.
Outono tem suas manhas
Para não ficar sem nada.
Tem dia de todos os Santos
Tem o dia dos Finados.
Recordam-se todos os prantos
Do ente querido lembrado.
É o tempo das sementeiras
Começam a cair orvalhos
Acendem-se já as lareiras,
Agradecem-se os agasalhos.
No Outono fazem-se as vindimas
Levam as uvas para o lagar.
Já não se ouvem concertinas
Nem os homens a pisar.
Outono é melindroso,
Não faz frio nem calor.
E. por vezes é chuvoso
E bom tempo para o pastor.
Secam os meloais,
Secas ficam as fontes.
Caçadores já são demais
A caminhar pelos montes.
Nozes, castanhas e avelãs
São frutos secos de Outono;
Diospiros, marmelos e romãs
Dão rendimento ao dono.
Poema do livro "Versos da Minha Terra", da autoria de José Manuel Remondes, editado em 2004 pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.
Fotografias: 1- vinhas em Cabanas de Cima;
2 - Folhas de árvore junto à antiga estação do caminho de ferro de Torre de Moncorvo.
10 setembro, 2013
Segada e malhada tradicionais 2013 - Fotografias 01
Fotografias da segada e malhada tradicionais realizados no dia 14 de julho na aldeia de Cardanha, concelho de Torre de Moncorvo.
27 agosto, 2013
com Tradição
Música tradicional portuguesa e irlandesa faz a festa em Torre de Moncorvo
Gaitas, bombos, violas, “fiddles” e outros instrumentos vão estar em festa em Torre de Moncorvo a 31 de Agosto, no espectáculo “Com Tradição”, uma celebração da música tradicional de Portugal e da Irlanda em que participam as bandas Projecto Taberna Subura, Os Roleses, Las Çarandas e The Plastic Paddies.
O evento, de entrada livre, realiza-se no magnífico espaço do Miradouro de Santa Leocádia e assinala o primeiro aniversário do programa “Gaitas de Fora”, da Rádio Torre de Moncorvo.
Com início marcado para as 21h00, o espectáculo terá como cabeça-de-cartaz o Projecto Taberna Subura, uma banda de Braga nascida no bar com o mesmo nome e que se dedica a recriar o riquíssimo reportório de Zeca Afonso, bem como vários temas tradicionais do Minho.
Antes, estarão em palco Os Roleses, cognominados “Gaiteiros de Urrós”, um grupo de jovens empenhado em divulgar e perpetuar a tradição musical mirandesa, mas que também interpreta temas populares de outras regiões portuguesas, e que está a preparar o lançamento de um disco.
Também Las Çarandas têm a tradição mirandesa como base do seu reportório, embora a mera criação da banda tenha representado uma ruptura com essa tradição, uma vez que se trata do primeiro grupo de gaiteiras num universo desde sempre dominado por homens. Músicas de outras regiões portuguesas e de outros países, bem como originais da sua autoria, integram igualmente os espectáculos de Las Çarandas, que planeiam gravar em breve o seu primeiro álbum.
A abertura do “Com Tradição” cabe aos The Plastic Paddies, grupo fundado expressamente para este evento por Andrew May, um dos co-autores do “Gaitas de Fora”, que vai mostrar a alegria contagiante da música popular irlandesa, numa actuação recheada de clássicos.
Para que ninguém falte à festa, a organização assegura transporte gratuito entre a vila de Torre de Moncorvo e o Miradouro de Santa Leocádia, em autocarros que sairão da Praça Francisco Meireles e do quartel dos Bombeiros Voluntários. Além disso, haverá no local do evento um ponto de venda de comidas e bebidas, já que a noite promete ser longa.
O programa “Gaitas de Fora”, que teve a sua emissão inaugural em 30 de Agosto de 2012, é da autoria de dois arqueólogos radicados em Torre de Moncorvo, o português Pedro Xavier e o irlandês Andrew May. É transmitido todas as quartas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Torre de Moncorvo, que é propriedade da Associação Cultural de Torre de Moncorvo. A emissão semanal é complementada por uma rubrica diária, intitulada “Álbum da Semana”, em que os autores do programa fazem a divulgação de um disco por si escolhido.
Além de dar a conhecer a música tradicional, o “Gaitas de Fora” também dá voz aos seus autores e intérpretes. Sebastião Antunes, Melech Mechaya, O Baú, Toques do Caramulo e os irlandeses Four Men and a Dog foram alguns dos artistas entrevistados ao longo dos últimos 12 meses. E alguns dos convidados tocaram mesmo em directo para o auditório da Rádio Torre de Moncorvo, como foi o caso de Las Çarandas, Os Roleses, o Grupo de Fados de Torre de Moncorvo e o gaiteiro Filipe Camelo.
Blogue do “Gaitas de Fora”: gaitasdefora.wordpress.com
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Gaitas-de-Fora/461907630506768
Gaitas, bombos, violas, “fiddles” e outros instrumentos vão estar em festa em Torre de Moncorvo a 31 de Agosto, no espectáculo “Com Tradição”, uma celebração da música tradicional de Portugal e da Irlanda em que participam as bandas Projecto Taberna Subura, Os Roleses, Las Çarandas e The Plastic Paddies.
O evento, de entrada livre, realiza-se no magnífico espaço do Miradouro de Santa Leocádia e assinala o primeiro aniversário do programa “Gaitas de Fora”, da Rádio Torre de Moncorvo.
Com início marcado para as 21h00, o espectáculo terá como cabeça-de-cartaz o Projecto Taberna Subura, uma banda de Braga nascida no bar com o mesmo nome e que se dedica a recriar o riquíssimo reportório de Zeca Afonso, bem como vários temas tradicionais do Minho.
Antes, estarão em palco Os Roleses, cognominados “Gaiteiros de Urrós”, um grupo de jovens empenhado em divulgar e perpetuar a tradição musical mirandesa, mas que também interpreta temas populares de outras regiões portuguesas, e que está a preparar o lançamento de um disco.
Também Las Çarandas têm a tradição mirandesa como base do seu reportório, embora a mera criação da banda tenha representado uma ruptura com essa tradição, uma vez que se trata do primeiro grupo de gaiteiras num universo desde sempre dominado por homens. Músicas de outras regiões portuguesas e de outros países, bem como originais da sua autoria, integram igualmente os espectáculos de Las Çarandas, que planeiam gravar em breve o seu primeiro álbum.
A abertura do “Com Tradição” cabe aos The Plastic Paddies, grupo fundado expressamente para este evento por Andrew May, um dos co-autores do “Gaitas de Fora”, que vai mostrar a alegria contagiante da música popular irlandesa, numa actuação recheada de clássicos.
Para que ninguém falte à festa, a organização assegura transporte gratuito entre a vila de Torre de Moncorvo e o Miradouro de Santa Leocádia, em autocarros que sairão da Praça Francisco Meireles e do quartel dos Bombeiros Voluntários. Além disso, haverá no local do evento um ponto de venda de comidas e bebidas, já que a noite promete ser longa.
O programa “Gaitas de Fora”, que teve a sua emissão inaugural em 30 de Agosto de 2012, é da autoria de dois arqueólogos radicados em Torre de Moncorvo, o português Pedro Xavier e o irlandês Andrew May. É transmitido todas as quartas-feiras, a partir das 21h00, na Rádio Torre de Moncorvo, que é propriedade da Associação Cultural de Torre de Moncorvo. A emissão semanal é complementada por uma rubrica diária, intitulada “Álbum da Semana”, em que os autores do programa fazem a divulgação de um disco por si escolhido.
Além de dar a conhecer a música tradicional, o “Gaitas de Fora” também dá voz aos seus autores e intérpretes. Sebastião Antunes, Melech Mechaya, O Baú, Toques do Caramulo e os irlandeses Four Men and a Dog foram alguns dos artistas entrevistados ao longo dos últimos 12 meses. E alguns dos convidados tocaram mesmo em directo para o auditório da Rádio Torre de Moncorvo, como foi o caso de Las Çarandas, Os Roleses, o Grupo de Fados de Torre de Moncorvo e o gaiteiro Filipe Camelo.
Blogue do “Gaitas de Fora”: gaitasdefora.wordpress.com
Facebook: https://www.facebook.com/pages/Gaitas-de-Fora/461907630506768
14 agosto, 2013
Retratos do Planalto (01)
É conhecido pelos Sr. Ranhadas, de Adeganha. |
Deolinda Mariano, irmã da Sr.ª Chéu, de Estevais. |
Antónia André, foi em tempos parteira dos Estevais. |
Srr.ª Chéu irmã de Deolinda Mariano, de Estevais. |
Espero encontrá-los para os ano com o mesmo sorriso, com a mesma disposição com a mesma coragem com que sempre viveram nesta terra que é agreste, mas que jorra leite e mel quando é amanhada, regada e cuidada com o mesmo carinho com que se cuida a roseira que cresce junto à porta, ou o canteiro das alminhas à entrada da povoação.
10 agosto, 2013
Segada e malhada tradicionais 2013
A segada e a malhada tradicionais realizadas em 2012 em Adeganha foram fantásticas, quer para quem participou, quer para quem assistiu e o evento repetiu-se num outro formato, em 2013.
O programa estendia-se ao longo de dois dias, 13 e 14 de Julho, com atividades a desenvolverem-se em três aldeias Cardanha, Adeganha e Estevais, com o lema Planalto em Movimento 2013.
Inicialmente tinha previsto marcar presença nos dois dias, mas, depois, optei por ir só ao segundo dia, onde se desenvolveu a segada e a malhada, consciente de que perderia atividades (novidades gastronómicas) bastante interessantes.
Cheguei a Estevais a meio da manhã do dia 14. Pensei chegar ainda a tempo da visita guiada ao Baldoeiro, mas não. Aproveitei a calmaria no largo da aldeia para explorar as ruas e ruelas. Fiquei admirado com a quantidade de habitações antigas, muitas delas em ruínas que devem ter constituído a antiga aldeia! Seria muito maior do que é hoje, situada em terrenos mais acidentados, sobre lajes de granito, voltada para o vale da Vilariça. Tirei imensas fotografias desta aldeia "fantasma".
Quando regressei ao largo já estava a ser ultimado o almoço. Fazia muito sol e calor e todos procuravam um lugar à sombra. Estava mesmo muita gente! A custo consegui um espacinho junto ao Sr. Moisés, bom garfo, confiante que ele teria vindo acompanhado de algum garrafão da Adeganha. A D. Ermelinda tinha preparado um almoço bem tradicional, mas eu estava a contar com outros pratos, foi o que deu não ter ido à ceia do dia 13.
Não foi fácil servir tanta gente. O vento teimava e levar os guardanapos e pratos vazios. Quanto aos talhares, fizeram mal as contas e foi necessários recolhe-los em várias casas, mas eram mais pesados e não eram levados pelo vento. Com calma e boa vontade todos se acomodaram e foram servidos.
O melhor, e não podia ser de outra maneira, foi o convívio entre as pessoas, as conversas espontâneas e francas, a partilha da salada o incentivo a mais um copo. Até um zamorano se juntou a nós e se sentiu em casa, comendo e bebendo, mas com menos "coragem" que os transmontanos.
Aproveitei a pausa depois do almoço para fazer alguns retratos. A franqueza da gente deixaram-me à vontade para uma aproximação mais frontal, individual mesmo. O registo dos traços dos rostos marcados pelo tempo, os mesmos que já havia registado um ano antes, foi muito entusiasmante.
Não acompanhei as atividades seguintes mas à hora marcada estava na Cardanha para assistir à segada. O grupo de segadores era razoável e nem parecia que estavam a brincar! Não sei se me apetecia mais fotografar ou pegar numa ceitoira e recordar o passado com eles. Tentei fazer as duas coisas, perdendo algumas oportunidades fotográficas de pormenores que seriam bastante interessantes.
O centeio foi transferido para a eira, a alguma distância. Optei por ir a pé, na companhia de outras pessoas.
Por sorte as pessoas que estavam a assistir à malhada recolheram-se à sombra o que prometia um espaço "limpo" para fotografar a malhada tradicional. Infelizmente alguns entusiastas da fotografia e vídeo apareciam por todo o lado rivalizando em protagonismo com os verdadeiro intervenientes.
Mais uma vez a malhada tradicional foi o momento mais alto das atividades. Notava-se que a experiência do ano anterior tinha sido benéfica, sobretudo para reavivar os procedimentos. Numa próxima realização poderia ser boa ideia dar oportunidade a quem nunca manejou o malho. Isto sem colocar em perigo a integridade física de ninguém, é claro.
Lembrei-me disto ao ver uma criança a brinca com o grão que ficou na eira, depois de todas as tarefas terminadas. Possivelmente nunca tinha visto o grão, quanto mais tido a oportunidade de enterrar as mãos e senti-lo escorregar por entre os dedos.
Foi servida a merenda, extensível à assistência, incluindo fotógrafos. Mais uma vez a enorme cabaça andou de mão em mão manchando de tinto as camisas dos menos experientes.
Regressámos à aldeia. Junto à capela do Senhor dos Aflitos organizou-se o "baile" que antecedeu o encerramento das atividades. Com arcos enfeitados e vestidos a preceito, vários grupos, penso que seria 3 um de cada aldeia, cantaram e dançaram como há já muito tempo não faziam. E foi neste ambiente de arraial que terminou a festa.
Este modelo com atividades a desenvolverem-se em três locais distintos tornou mais difícil o acompanhamento, mas criou outro envolvimento. Fiquei com a sensação que perdi muito bons momentos, mas isso só é razão para pensar já na próxima recreação. Espero que todos os envolvidos na organização destas atividades, que merecem ser aplaudidos e acarinhados, não percam o entusiasmo e mantenham o dinamismo que foi criado e que já faz a diferença, no concelho e para além dele.
Muito obrigado a todos.
O programa estendia-se ao longo de dois dias, 13 e 14 de Julho, com atividades a desenvolverem-se em três aldeias Cardanha, Adeganha e Estevais, com o lema Planalto em Movimento 2013.
Inicialmente tinha previsto marcar presença nos dois dias, mas, depois, optei por ir só ao segundo dia, onde se desenvolveu a segada e a malhada, consciente de que perderia atividades (novidades gastronómicas) bastante interessantes.
Cheguei a Estevais a meio da manhã do dia 14. Pensei chegar ainda a tempo da visita guiada ao Baldoeiro, mas não. Aproveitei a calmaria no largo da aldeia para explorar as ruas e ruelas. Fiquei admirado com a quantidade de habitações antigas, muitas delas em ruínas que devem ter constituído a antiga aldeia! Seria muito maior do que é hoje, situada em terrenos mais acidentados, sobre lajes de granito, voltada para o vale da Vilariça. Tirei imensas fotografias desta aldeia "fantasma".
Quando regressei ao largo já estava a ser ultimado o almoço. Fazia muito sol e calor e todos procuravam um lugar à sombra. Estava mesmo muita gente! A custo consegui um espacinho junto ao Sr. Moisés, bom garfo, confiante que ele teria vindo acompanhado de algum garrafão da Adeganha. A D. Ermelinda tinha preparado um almoço bem tradicional, mas eu estava a contar com outros pratos, foi o que deu não ter ido à ceia do dia 13.
Não foi fácil servir tanta gente. O vento teimava e levar os guardanapos e pratos vazios. Quanto aos talhares, fizeram mal as contas e foi necessários recolhe-los em várias casas, mas eram mais pesados e não eram levados pelo vento. Com calma e boa vontade todos se acomodaram e foram servidos.
O melhor, e não podia ser de outra maneira, foi o convívio entre as pessoas, as conversas espontâneas e francas, a partilha da salada o incentivo a mais um copo. Até um zamorano se juntou a nós e se sentiu em casa, comendo e bebendo, mas com menos "coragem" que os transmontanos.
Aproveitei a pausa depois do almoço para fazer alguns retratos. A franqueza da gente deixaram-me à vontade para uma aproximação mais frontal, individual mesmo. O registo dos traços dos rostos marcados pelo tempo, os mesmos que já havia registado um ano antes, foi muito entusiasmante.
Não acompanhei as atividades seguintes mas à hora marcada estava na Cardanha para assistir à segada. O grupo de segadores era razoável e nem parecia que estavam a brincar! Não sei se me apetecia mais fotografar ou pegar numa ceitoira e recordar o passado com eles. Tentei fazer as duas coisas, perdendo algumas oportunidades fotográficas de pormenores que seriam bastante interessantes.
O centeio foi transferido para a eira, a alguma distância. Optei por ir a pé, na companhia de outras pessoas.
Por sorte as pessoas que estavam a assistir à malhada recolheram-se à sombra o que prometia um espaço "limpo" para fotografar a malhada tradicional. Infelizmente alguns entusiastas da fotografia e vídeo apareciam por todo o lado rivalizando em protagonismo com os verdadeiro intervenientes.
Mais uma vez a malhada tradicional foi o momento mais alto das atividades. Notava-se que a experiência do ano anterior tinha sido benéfica, sobretudo para reavivar os procedimentos. Numa próxima realização poderia ser boa ideia dar oportunidade a quem nunca manejou o malho. Isto sem colocar em perigo a integridade física de ninguém, é claro.
Lembrei-me disto ao ver uma criança a brinca com o grão que ficou na eira, depois de todas as tarefas terminadas. Possivelmente nunca tinha visto o grão, quanto mais tido a oportunidade de enterrar as mãos e senti-lo escorregar por entre os dedos.
Foi servida a merenda, extensível à assistência, incluindo fotógrafos. Mais uma vez a enorme cabaça andou de mão em mão manchando de tinto as camisas dos menos experientes.
Regressámos à aldeia. Junto à capela do Senhor dos Aflitos organizou-se o "baile" que antecedeu o encerramento das atividades. Com arcos enfeitados e vestidos a preceito, vários grupos, penso que seria 3 um de cada aldeia, cantaram e dançaram como há já muito tempo não faziam. E foi neste ambiente de arraial que terminou a festa.
Este modelo com atividades a desenvolverem-se em três locais distintos tornou mais difícil o acompanhamento, mas criou outro envolvimento. Fiquei com a sensação que perdi muito bons momentos, mas isso só é razão para pensar já na próxima recreação. Espero que todos os envolvidos na organização destas atividades, que merecem ser aplaudidos e acarinhados, não percam o entusiasmo e mantenham o dinamismo que foi criado e que já faz a diferença, no concelho e para além dele.
Muito obrigado a todos.
11 abril, 2013
04 abril, 2013
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