26 maio, 2009

A dádiva da vida


Somos, estamos, sentimos
tudo isto a vida nos oferece
até quando com a morte partimos
nossa lembrança em alguém permanece.

É bom saber que estamos vivos
mesmo quando a tristeza aperta,
é verdade, às vezes andamos perdidos
não tendo atitude certa.

Da vida nunca nos devemos fartar
ela é uma dádiva preciosa
devemos sempre acreditar
que connosco é bondosa.

Insaciáveis devemos ser
no que à vida diz respeito
tirar dela todo o prazer
e apreciar todo o seu feito.

Viver é bom é verdade,
mas temos de ter algumas regras
não esquecer a lealdade
quando na vida surgem pedras.

Com tanto imprevisto e desgosto
alguns perdem o rumo
depois partem do pressuposto
Que tudo é como o fumo.

Concordo que na realidade
nem sempre é fácil viver
mas o melhor é ter simplicidade
na nossa maneira de ser.

Bem ou mal nos corra a vida
devemos sempre nos lembrar
que a nós foi concedida
e temos de a respeitar.

Se assim formos positivos
é fácil o que é bom encontrar
seremos mais permissivos
e mais fáceis de amar.

Concluindo meus amigos:
vivam com intensidade
não se iludam com destinos
e sejam felizes de verdade.

Enviado por Séfora R.

25 maio, 2009

Efeito borboleta

Caros visitantes, colaboradores e amigos, não se sei devido às condições atmosféricas, se à festa do 1.º aniversário, o Blogue está com alguns sintomas de crise existencial. Por isso, e porque cada um tem que planear a sua vida, parece-me honesto avisar os interessados que talvez seja mais sensato não contarem com um jantar convívio no dia 6 de Junho (também a iniciativa do Postal Ilustrado comemorativo do 1.º aniversário está cancelada).

24 maio, 2009

Chafariz Filipino

Em 1549, o cronista João de Barros noticiava que a vila de Moncorvo possuía "hu Chafariz de mais de quarenta palmos (...) no meio da Praça". Naturalmente que não poderia ser o actual chafariz, que tem gravada a data de 1636.
Nem sempre foi fácil conseguir trazer a preciosa água da serra até à vila. Houve problemas com a comunidade franciscana do Convento de São Francisco que reclamava a posse das nascentes da serra.
Em 1628 a Câmara de Moncorvo arrematou a obra do chafariz ao arquitecto António Fernandes, que levaria cerca de dez anos a ser terminada. Em 1887 o chafariz da praça seria destruído por ordem do então presidente da Câmara, António Pontes e as diversas partes andaram aos tombos por vários locais da vila (daria um bom conto).
Há alguns anos a Câmara de Torre de Moncorvo realizou um projecto público com vista a reconstruir o chafariz, aproveitando os elementos originais que estavam na sua posse, sendo o conjunto reposto na Praça Francisco Meireles.
O chafariz insere-se num tanque de formato quadrangular, assentando sobre uma base quadrada. No primeiro registo forma um depósito bolboso decorados com uma carranca, da qual jorra a água. Sobre este foi edificado um pináculo, que remata a estrutura. Na base do conjunto foi gravada a inscrição "FEITO NO ANO DO SENHOR DE 1636 POR ORDEM DE DOUTOR JULIÃO DE FIGUEIREDO, PROVEDOR E CONTADOR NESTA COMARCA, À CUSTA DO POVO".
Este chafariz está classificado como Imóvel de Interesse Público.

Fonte do texto: IPPAR

21 maio, 2009

Primavera triste


A primavera chegou sem esperança trazer.
O fogo do desespero consome campos e fábricas,
Consome sociedades e nações,
Consome continentes,
Consome corações.
As falsificações aumentam
E aumentam as corrupções.
Punições, nada!

Que justiça, Senhor?!

Os despedimentos explodem
E matam as fomes.
Como é possível tudo isto acontecer
Sem nada se fazer?

Pergunto-me, sem resposta ter:
Como deixaram eles a tudo isto chegar,
Sem nada prever,
Sem nada vislumbrar,
Sem nada dizer,
Para cada um se precaver?

Ouso, contudo, responder-me
Que eles sabiam,
Eles sabiam,
Que eles pelo menos pressentiam,
Pois tinham que antever,
Que isso teria que ser seu dever e saber.
Infelizmente, nada:
Nem ver, nem dever, nem saber nem nada!

Ouso ainda pensar
Que no seu conhecer,
Ou no seu pressentir,
Nada quiseram fazer
A não ser para o lado olhar
E a outros deixar o agir.

A outros, iguais,
Sem agir,
Ou a fingir,
Para o lado olhar,
A assobiar,
A fortunas ganhar!

Que triste esta primavera,
Sem esperança trazer,
Com sonhos feitos a desfazer,
Ou sem sonhos poder ter,
As gentes tristes a sofrer,
Os corações a sangrar,
Sem responsáveis castigar,
Sem justiça haver nem ter!

Este é o mundo!
Talvez o mundo a merecer
Sem primavera de esperança haver.

Culpa?
Talvez tua e minha,
Por neles confiança ter!

J. Rodrigues Dias
2009-03-24

19 maio, 2009

Fazer transpirar a alma por exercitar o pensamento


Ninguém pode ignorar as imensas faculdades que nos foram concedidas,
ninguém pode negar quão bom é podermos dar-nos conta que temos o poder de meditar, decidir e consequentemente agir.
Infelizmente hoje são poucos, mesmo muito poucos, aqueles que têm a sabedoria e riqueza de espírito para avançar no universo do pensamento.
Pensar, parece algo tão simples, tão rotineiro, tão comum, todos o fazemos é verdade. Não é este "pensar" de que falo ou escrevo, mas sim do que de mais profundo nos vai na alma.
Quantas vezes vamos ao fundo dos nossos sentimentos, porquês, acções, decisões, palavras?
Porquê deixar de identificar aquilo que somos, aquilo em que acreditamos, o que nos move e deixa felizes?
Porquê fazer questões se não tiramos tempo para encontrar respostas?
Sim, tudo precisa de tempo e consciência e nada se adquire sem esforço e sem paixão.
Por isso amigo, não se esqueça: faça transpirar a alma por exercitar o pensamento e verá que vale a pena navegar em nossa própria direcção.

Enviado por: Séfora R.

05 maio, 2009

Parabéns, 1 Ano À Descoberta

O Blogue À Descoberta de Torre de Moncorvo está de parabéns, completa hoje um ano de existência. Não sei bem qual é a escala para medir a idade de um Blogue, nem mesmo como medir a popularidade ou o sucesso. Os blogues são muito recentes e há quem diga que já estão em desuso, na Internet é tudo muito efémero.
Este Blogue nasceu da "provocação" do Nelson e é o quinto de um grupo de irmãos, dedicados a concelhos vizinhos. O mais bem sucedido até ao momento, por diversas razões, é o À Descoberta de Vila Flor, mas o quinto, estava, desde o início, destinado a ser diferente. Diferente desde logo pelo facto de ser dinamizado por um grupo alargado de colaboradores, com diferentes formações, diversificados interesses e a viverem em distintos locais. A essência manteve-se: descobrir o concelho através de textos e fotografias; pequenos retalhos que se vão unindo transmitindo múltiplas formas de conhecer, e, sobretudo, despertando a vontade de cada um partir fazendo as suas descobertas.
Parece-me que o Blogue preencheu um espaço, que se tornou uma ponte na vida de muitas pessoas. Despertou memórias, provocou reencontros, alimentou saudades, matou outras. Assim se explica o crescente sucesso que é ilustrado pelos números e pelos gráficos.
Durante um ano (5 de Maio de 2008 a 5 de Maio de 2009) foram publicadas 352 mensagens que mereceram 1431 comentários.
Foram feitas 73 160 visualizações do Blogue, por 28 261 visitantes, o que dá uma média de perto de 80 visitantes por dia. A evolução foi sempre crescente, até ao mês de Março, verificando-se a 12 de Abril a maior afluência, mais de 200. Os visitantes vieram de mais de 70 países diferentes, mas principalmente de Portugal, Espanha e Brasil.A existência deste Blogue foi muito positiva para mim. Em primeiro lugar porque me permitiu conhecer pessoas, umas ao vivo, outras só virtualmente, mas que possivelmente nunca conheceria. Em segundo, porque me levou a descobrir (ou redescobrir) além de Moncorvo, a Adeganha, Cardanha, Estevais, Castedo, Lousa, Junqueira, Foz do Sabor, Urros, Peredo dos Castelhanos, Felgueiras, Açoreira, Maçores, Mós, Carviçais, Felgar, Carvalhal, Larinho e Maçores. Esta descoberta foi bem real e em algumas destas freguesias estive duas e três vezes. Em quarto lugar porque me despertou a vontade de ler autores do concelho ou sobre o concelho, contribuindo também para o meu enriquecimento pessoal.
Embora tenhamos já discutido, entre os colaboradores, algumas linhas orientadoras para o blogue, para mim terá que ser sempre um incentivo À Descoberta, um local de partilha com/de prazer.
E ainda há tanto para descobrir...
Agradecemos a todos os colaboradores e visitantes do Blogue pelo sucesso alcançado.

03 maio, 2009

Luz de Mãe


Deste tudo o que tinhas:
Amor a quem amaste,
Vida aos que geraste,
Leite e pão aos que criaste,
Educação a quem formaste.

Tudo tendo o que tinhas dado,
Mais ainda deste!

Deste o que não tinhas:
A Luz das letras e dos números,
Que deste com suor suado
Em lágrimas lavado!


J. Rodrigues Dias
2009-03-07