03 janeiro, 2009

Reacções


Caríssimos Amigos
Permitam que desde já assim vos nomeie, pois o vosso blog despertou-me emoção profunda que só o encontro de velhos Amigos permite sentir.
Uma das minhas ciberdivagações levou-me ao encontro (premonição ou acaso?) da minha terra e, nesta, das várias portas que entretanto se abriram, pelo Reboredo, pelo Sabor, Carviçais e Urros, uma levou-me à (como chamar-lhe?) crónica, que foi como que a porta da minha antiga casa. Um texto belíssimo de Rogério Rodrigues sobre o Dr. Ramiro e o Colégio Campos Monteiro. Daí ao desfolhar dos outros posts e imagens e sugestões foi um simples passo - para mim um momento raro, como que um abrir da arca onde guardamos tudo o que por razões inefáveis, escapa sempre às mudanças de vida, de casa , de país, de sonhos , projectos e mundos.
Como transmitir-lhes esse meu entusiasmo de me rever a cruzar a praça até ao adro da Igreja, ou a jogar à bola na Corredoura, ou a fruir as noites de Verão pela estrada das Aveleiras, ou a cirandar pelo café do sr. Basílio entre as baforadas de fumo acre do tabaco e o cheiro da cerveja, ou a entrar na farmácia da D. Cármen para fazer um curativo do galo da testa, ou ainda os passeios na serra onde a ponta da bota descobria pedras luzentes de hematite, ou a acolher-me ao colo da minha Mãe no meio do ribombar majestoso e intimidante das trovoadas de Setembro? Como contar-vos das merendas na foz do Sabor ou do glorioso cabrito assado da casa de meus Pais pela Páscoa? Ou a ruidosa feira ali na praça, mesmo à saída da porta, ou a triunfante banda de música pela festa de Agosto?
Nada, em tantos anos desde a infância, me comoveu tanto como o sentir que as minhas raízes continuam a sorver do árduo chão a forma e a figura - de pé, vivos e orgulhosos transmontanos.
Bem hajam todos!
Daniel de Sousa

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